Entrevista:
Alexandre Carvalho Silva
ALEXANDRE CARVALHO SILVA
Alexandre Silva é professor efetivo do Instituto Federal Goiano - Morrinhos, Doutor e Mestre em Ciências, com ênfase em Computação Gráfica/Realidade Virtual, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia, Pós-Graduado (Lato Sensu) em Desenvolvimento de Sistemas Web e Dispositivos Móveis pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro. Possui graduação em Sistemas de Informação pelo Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara - ILES/ULBRA. É líder do grupo de pesquisa NuPPGIN (Núcleo de Pesquisas em Processamento Gráfico e Interação Natural). Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Computação Gráfica, Realidade Virtual e Aumentada.
Ana Luíza Braga Souza, Esther Leides Silva Oliveira, João Vítor Nunes Alves, Larissa Alves de Souza, Rayandra Kethlyn Souza Teixeira, Thainara Marçal Pelegrino, Vinícius Souza Costa
¹Graduandos do curso de Medicina (UFSJ-CCO)
v.2, n.12, 2024
Dezembro de 2024
Quando percebeu que possuía interesse por ciência?
Descobri quando estava próximo do término da graduação, no momento em que tive a necessidade de elaborar o trabalho de conclusão de curso e tive acesso a um orientador bem envolvido com atividades de pesquisa e de ciência como um todo. A partir daí, pude conhecer como é o processo científico, me interessar por ele e seguir carreira nesse segmento.
Teve dúvidas ao realizar a escolha do curso de graduação?
Sim, tive bastante. A grande área sempre foi na parte de exatas e já na reta final eu decidi seguir a ciências da computação. Na época esta estava bastante aquecida, não tanto como agora, mas já se tinha uma projeção de futuro interessante tanto no ramo acadêmico/científico quanto na atuação profissional de mercado.
O que considera ter sido decisivo em sua escolha por seguir a carreira científica?
A motivação por otimizar e trazer novos métodos que solucionem problemas de diversas áreas do cotidiano. A computação tem essa característica de se integrar muito bem em diversas áreas. Então a vontade de trazer recursos que melhorem a vida das pessoas e otimizem processos foi um fator decisivo para seguir adiante.
Por qual razão optou por dedicar-se à área de estudo na qual realiza suas pesquisas?
Minha área de estudo é a computação gráfica, com desenvolvimento de realidade virtual e realidade aumentada. Em especial, para a criação de simuladores e sistemas de treinamento. É uma área que consegue desenvolver-se com outras e quando você tem oportunidade de aplicar o que fez na parte científica em campo, começando a visualizar os resultados reais, é algo que motiva bastante. Essa é a razão principal para eu me dedicar a esse segmento.
Qual a principal motivação para seguir trabalhando com ciência no Brasil?
Trabalhar com ciência no Brasil é um desafio. É claro a questão de corte de recursos orçamentários e que o posicionamento e evidência, tanto de mercado quanto acadêmica, que o pesquisador tem, é pequena e deveria ser mais valorizado, ter mais subsídios. Mas a motivação principal está, como eu disse anteriormente, em poder visualizar os seus estudos e esforços em algo que traga melhoria para a sociedade. Acredito que a evolução da sociedade depende do desenvolvimento de recursos em qualquer área.
Qual a principal dificuldade que enfrenta trabalhando com ciência no Brasil?
A principal dificuldade é, em especial, a orçamentária. O pesquisador em qualquer modalidade tem uma dificuldade grande em manter-se nesse segmento, já que a questão financeira e a divisão do tempo atrapalham bastante. Nós sempre fomentamos e prospectamos parcerias público-privadas a fim de maximizar os recursos e conseguir, por exemplo, uma bolsa para um estudante de graduação, mestrado ou doutorado, para dar continuidade aos trabalhos, uma vez que a rotatividade e falta de continuidade do pesquisador que está em início de carreira é muito grande. Percebemos que o cenário vem melhorando em relação a anos atrás, mas ainda é uma evolução tímida.
O que gostaria de dizer para quem deseja seguir a carreira científica?
A pesquisa é algo muito nobre para a comunidade e para a evolução humana. É super importante para o desenvolvimento de métodos científicos comprovados. O que posso dizer é para seguirem em frente. É uma profissão muito gratificante em que você consegue perceber resultados do seu trabalho independente da esfera, seja ela regional, nacional e até internacional.
Como você enxerga o futuro da sua área de pesquisa nos próximos 10 anos?
Enxergo como uma área cada vez mais promissora, que vem ganhando e tracionando espaço principalmente em decorrência de iniciativas desenvolvidas por pesquisadores. Vejo como algo que vai escalar bastante e logo virará produto comercial e entrará para o cotidiano comum. Além disso, é um cenário de muitas oportunidades, de uma ciência que vem penetrando no mercado industrial, onde a movimentação financeira é muito grande. Então acredito que haverá cada vez mais a consolidação da área, em especial no futuro.